O cerco está fechando

As denúncias de que funcionários fantasmas integram a lista de cargos de natureza especial (CNEs) da Câmara dos Deputados estão levando parlamentares a correr contra o tempo para exonerar assessores e tentar evitar problemas futuros. Nos últimos seis dias, pelo menos 20 deputados apresentaram ofícios ao presidente da Casa, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), pedindo a liberação de servidores que ocupam cargos especiais e trabalham nos estados. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da Presidência da Câmara. Os pedidos de exoneração atingem pelo menos 50 funcionários. A maioria deles não aparece nos gabinetes ou está desviada da função para trabalhar nos estados.

O clima na Câmara dos Deputados é de tensão. Os ocupantes de CNEs que de fato trabalham temem a perda do cargo. Os fantasmas não querem ser descobertos e depois ter de devolver dinheiro para os cofres públicos. Na listagem do CNEs, há uma observação para cada funcionário. Uma delas é “Trabalha efetivamente – é importante manter”. Significa que o servidor é indispensável para a função naquela determinada seção. Em 80% dos nomes da lista, no entanto, não aparece essa observação.

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