Debate - Paulistização do confronto é criticado

Para Rodrigo Mendes, cientista político e especialista em marketing político, muitos motivos levaram a paulistização do primeiro debate entre os candidatos. Ele explica que, na prática, são dois candidatos paulistas, que construíram suas carreiras no estado. Os fatos que estão sendo explorados pelas campanhas, como o flagrante de petistas na tentativa de compra de um dossiê contra o PSDB, também aconteceram naquele estado, lembra o pesquisador. Mas Mendes avalia que Lula teve como objetivo mostrar ao eleitor que Alckmin tem conhecimento somente de São Paulo, enquanto ele conhece a realidade de todo o país. “Alckmin chamava Lula pelo nome ou como candidato, Lula se referia a Alckmin como ‘governador”. Era uma forma de limitar a atuação do adversário a São Paulo”, afirmou.

O cientista explicou também que o candidato do PSDB tentou fazer comparações entre o governo petista com a sua administração em São Paulo, com o objetivo de fugir do embate entre as gestões de Lula e de Fernando Henrique Cardoso. “Cada um usou São Paulo como lhe foi conveniente”, explica Mendes. Ele também chamou a atenção, entretanto, para os riscos que os dois candidatos correm, fora de São Paulo, com essa estratégia. “Os eleitores de outros estados podem se sentir atingidos. Esse eleitorado não está interessado em problemas específicos de São Paulo, ainda que o estado seja o maior colégio eleitoral do país”, analisa.

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