Ocupação Caracol pode ser despejada a qualquer momento

Há mais de um mês seis famílias resistem na Ocupação Caracol, um prédio na zona sul de Belo Horizonte abandonado há mais de dez anos que sofre processo de reintegração de posse. Localizada próximo ao Aglomerado da Serra, uma das maiores favelas da América Latina, a ocupa é uma cooperação entre moradoras/es sem teto e as Brigadas Populares.

No dia 21 de dezembro o prédio da ocupação foi arrombado por dois oficiais de justiça, um Major da Polícia Militar e o proprietário que levou dois caminhões de mudança ao local. No momento somente duas mães estavam lá e a situação só foi apaziguada com a chegada da imprensa comercial, que veiculou a matéria sobre a Ocupação Caracol junto a uma outra (invasão) realizada em um restaurante por usuárias/os de drogas. De acordo com as moradoras isso causou preconceito de alguns vizinhos/as. Os oficiais de justiça ficaram de retornar ao local no dia 26 de dezembro, mas até o momento a reintegração de posse não foi realizada.

São raras as ocupações em Belo Horizonte pois a Prefeitura tem cadastradas por meio das associações de moradores/as de vilas e favelas as famílias sem teto com a promessa de uma casa própria. As famílias da Ocupa Caracol, cansadas de aguardar a burocracia e propaganda da política habitacional do prefeito Fernando Pimentel demonstram que não foram cooptadas pelos movimentos partidários do PT e PcdoB, que atuam junto às comunidades de periferia da capital mineira.

Ocupar é resistir. O CMI-BH promove o Cine Okupa com a mostra FELCO às 17:00 Hs. a partir do dia 28 de dezembro no Ocupação Caracol que fica na Rua do Ouro 421 (próximo às av. do Contorno) no bairro Serra.

Fonte: CMI Brasil